A maior parte dos brasileiros não tem nenhum controle do orçamento familiar, não sabem quanto pagam de juros e admitem que não conseguem poupar para comprar à vista. Bem no meio de uma crise internacional, o brasileiro nunca contraiu tantas dívidas.
A pesquisa foi encomendada pela Revista Exame em parceria com o Instituto Ipsos, e revelou outros dados preocupantes:
• 6 em cada 10 entrevistados afirmaram que ainda vão fazer empréstimos até o final do ano;
• 4 em cada 10 admitiram que o que decide a compra é o tamanho da parcela, e não o preço final do produto;
• 3 em cada 10 reais da renda familiar dos brasileiros são destinados para o pagamento de dívidas;
A família brasileira gasta 30% da sua renda em habitação e moradia, 25% em alimentação, 12% em saúde e cuidados pessoais, 8% em educação e cultura, 15% em transporte, 5% em vestuário e 5% em despesas diversas, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas.
Alguns especialistas acreditam que a falta de noções básicas sobre planejamento financeiro teve origem nos tempos de inflação descontrolada. É que os preços eram reajustados todos os dias, por isso, não fazia tanto sentido pensar no orçamento do mês seguinte. O resultado: duas gerações de brasileiros cresceram acostumadas a pensar apenas no curto prazo.
Defina metas
Comece estabelecendo metas no lugar de cortes. É importante que toda a família conheça esses objetivos e ter uma listinha na porta da geladeira pode te ajudar com isso.
Seja persistente
“Boa parte dos iniciantes interrompe o planejamento no quinto mês”, afirma o consultor financeiro Mauro Calil. Depois da “barreira dos cinco meses”, fica tudo mais fácil, garantem os especialistas. Você não vai desistir agora, né?
Organize o seu orçamento doméstico
Esse controle vai te ajudar a descobrir de onde vem e para onde vai o seu dinheiro, além de deixar claro por onde você deve começar a cortar os gastos desnecessários. Para isso, você vai precisar de uma planilha ou de um caderninho. Agora, é só organizar e preencher a sua planilha de controle mensalmente, dividindo as despesas em quatro grupos: fixas, variáveis e cotidianas.
a) Despesas fixas
São aquelas despesas que se repetem nos outros meses do ano. Podemos dividi-las entre: alimentação, casa, telefone, educação, lazer, despesas pessoais, saúde, transporte e outros. Para facilitar, siga o modelo que melhor atende às suas necessidades.
b) Despesas variáveis
Essas podem variar de acordo com o mês. A conta do supermercado é bom exemplo.
c) Despesas cotidianas
Essas são as mais difíceis de marcar na planilha e exigem disciplina. São pequenos gastos, mas que fazem toda a diferença no final do mês. O cafezinho e a sobremesa do almoço são alguns exemplos desses gastos.
Envolva a família
Para isso, você pode fazer coisas simples como delegar algumas funções. Um dos membros da família pode ficar encarregado de apagar as luzes que estiverem acessas sem que ninguém esteja no cômodo. Se todos participarem, a chance de dar certo aumenta bastante.
Corte as despesas desnecessárias
Comece pelas despesas cotidianas, depois dê uma olhada nas variáveis e, por último, verifique se não há nenhuma despesa fixa que possa ser considerada desnecessária. Se você conseguir economizar 10 reais por dia, ao final de um ano, você terá cerca de 3.800 reais (com correção monetária) pra viajar com a família, comprar os presentes de final de ano ou investir no seu futuro.