Se construir um patrimônio é uma tarefa complexa, perpetuá-lo é um desafio ainda maior. Como diz o antigo ditado brasileiro, “pai rico, filho nobre, neto pobre”. A dificuldade em fazer com que as riquezas familiares cheguem em boas condições até a terceira geração é uma realidade no mundo inteiro: no México, diz-se “pai comerciante, filho milionário, neto mendigo”, nos Estados Unidos, “de mangas de camisa a mangas de camisa em três gerações”, e na China “as riquezas nunca se mantêm por três gerações”.
No entanto, este não é um destino inevitável. Há formas modernas de sucessão do patrimônio familiar – mas em qualquer solução, a palavra chave é planejamento.
Quando quer planejar a sucessão familiar do patrimônio conquistado, saiba:
• Quanto você precisa para complementar sua aposentadoria?
Esta é a parte do seu patrimônio que você vai usar: não abra mão dela. Você precisará desses recursos para manter seu conforto e padrão de vida mesmo depois de aposentado, época em que a entrada de recursos costuma ser menor do que quando você estava trabalhando. Além disso, os gastos com plano de saúde aumentam nesta fase da vida.
• Quando é o momento de pensar na sucessão?
Nunca é cedo ou tarde demais para planejar sua estrutura de sucessão. Tenha em mente que a única forma de aproximar a distribuição dos seus bens aos seus desejos é considerar sua estrutura familiar e as características de cada um de seus herdeiros e utilizar, ainda em vida, as estratégias jurídicas (como um testamento) e financeiras (como planos de previdência VGBL e PGBL) disponíveis no mercado. Além disso, é desejável que você converse francamente com seus herdeiros e equilibre todos os interesses, evitando disputas e brigas familiares, que são riscos reais de dilapidação de patrimônio.
• Quem serão seus beneficiários?
Os modernos planos de previdência são muito eficientes para a sucessão familiar porque o capital acumulado é disponibilizado diretamente aos beneficiários escolhidos por você, sem inclusão obrigatória em inventário. Desta forma, você transmite parte do seu patrimônio com máxima liquidez, além de diminuir as despesas com advogados e impostos e a burocracia do processo de sucessão.
• Um “testamento ético”. Você sabe o que é?
Tem sido cada vez mais usado no exterior, mas ainda pouco conhecido no Brasil. Essa “herança” não trata de questões financeiras, e sim do seu legado pessoal, intelectual e afetivo. Pode ser feito de diversas maneiras, como uma carta, um depoimento em vídeo, gravações de áudio, ou todas essas formas juntas. Nele você vai dizer a seus herdeiros os princípios que regeram sua vida, os momentos mais marcantes, sua filosofia e o que espera deles.